Quem foram as mulheres de Freud?
Livro responde acusações de que Sigmund Freud odiava as mulheres e detalha relações do Pai da Psicanálise com familiares e amigas
Clarissa Passos, iG São Paulo | 31/03/2010
Freud e sua filha Anna, representante do legado do pai, passeiam nas férias de verão da família
Depois que o médico austríaco Sigismund Schlomo expôs suas ideias sobre a alma humana, afirmando que as mulheres tinham "inveja do pênis" e levantando a existência de uma sexualidade latente nas crianças, não é exagero dizer que o mundo nunca mais foi o mesmo. Eram as primeiras décadas do século 20 e Sigismund, que passou a assinar Sigmund Freud, foi um divisor de águas na história da psicologia.
As teorias de Freud, sobre as quais se fundamentam a Psicanálise, mudaram a visão da sexualidade, arregimentando tantos admiradores quanto críticos - entre estes, feministas que consideravam patriarcal e retrógrada a visão do homem que via as mulheres como seres limitados.
Acusações de machismo e misoginia ainda persistem. Mas a escritora Lisa Appignanesi e o pesquisador John Forrester se empenharam para mostrar a verdadeira relação de Freud com as muitas mulheres que o cercavam, derrubando os mitos. Em "As Mulheres de Freud" (Editora Record), a dupla mergulha na vida do Pai da Psicanálise e detalha a relação dele com mulheres da família - como a filha Anna, portadora do legado do pai - e de pacientes e amigas - como a escritora Lou Andreas-Salomé e a princesa Marie Bonaparte, que ajudou a família Freud a escapar de uma Áustria já dominada pelos nazistas.